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Essa é uma revisão anterior do documento!


Olá, Presidente Rousseff ... Eu te avisei.

Tradução livre (em andamento)

Fonte:

http://www.linuxpromagazine.com/Online/Blogs/Paw-Prints-Writings-of-the-maddog/Hello-President-Rousseff-I-told-you-so

15 de Outubro de 2013 Jon maddog Hall

Cara Presidente Rousseff,

Eu entendo que você esta irritada com meu país, os Estados Unidos da America, porque uma de nossas agências, a National Security Agency, esteve bisbilhotando suas conversas particulares, lendo seus emails e espionando você e outros brasileiros.

Por favor, me perdoe por dizer isso, mas “Eu te avisei”.

Desde 1996 eu tenho vindo ao Brasil, para falar sobre GNU/Linux e Software Livre e Aberto em geral. Após os eventos de 11 de Setembro de 2001 e a aprovação do chamado “Ato Patriota dos EUA de 2001”, comecei a sentir esse frio na espinha, quando eu sabia que esses abrangentes e irrestritos poderes, não eram algo que os patriotas que fundaram nosso país pretendiam… na verdade, era exatamente o oposto.

Ao longo dos ultimos dez anos, eu tambem me tornei mais atento com os problemas relacionados a Cuba e o embargo que tem existido durante quarenta anos. E com a reação do meu país a eleição de Hugo Chavez, eu comecei a pensar o que aconteceria se o Brasil (ou um monte de outros países) se encontrassem em um embargo econômico e militar.

Tendo participado da industria da computação desde 1969, é claro que eu penso sobre o embargo do ponto de vista da ciência da computação e do software, e isso tem sido um dos principais pontos de condução do meu desejo de ver o Brasil (e o resto do mundo) usar Software Livre e tambem projetar e manufaturar Hardware Livre.

Por ao menos dez anos eu tenho dito em minhas palestras ao redor do mundo que eu amo meu país, mas se você não mora no meu país, então qualquer dado que é armazenado nele, ou que ao menos passe perto da fronteira dele, não é realmente “privado”. Eu tambem tenho dito que softwares não são mais apenas um luxo. Se eles simplesmente sumissem de uma hora pra outra, então os elevadores parariam de funcionar e os email de circular. Para finalizar, eu tenho dito, muitas e muitas vezes, que os Militares nos Estados Unidos da America não pensam duas vezes em colocar software de código fechado criado por companhias do seu proprio país em nossos tanques, aeronaves ou navios, porque essas companhias são controladas por cidadão leais de nosso país… mas se você é a China ou (cof) o Brasil, você deveria pensar seriamente sobre o código que você coloca nas suas armas. Especialmente se você não inspecionou todo código fonte por brexas ou Cavalos de Troia.

Diversas vezes, apontei os problemas do embargo economico, usando propositalmente a pequena ilha na costa da Florida como um exemplo. Eu destaquei que companhias como a Microsoft e Oracle não poderiam vender seus softwares legalmente em Cuba. Claro que Cuba usa softwares da Microsoft e Oracle, mas Fidel não pode ligar para o Bill Gates e oferecer uma caixa de charutos para consertar problemas que estão tendo, porque Bill Gates é um leal cidadão dos EUA e não tem permissão de vender alta tecnologia para Cuba.

Algumas dessas companhias tem um programa que permitem você olhar o código fonte para inpecionar se existem Cavalos de Tria e outras brexas, mas essas companhias realmente experam que você acredite que o código fonte que você esta inspecionando é o código que foi usado para construir o binário/executável que você usa?

Durante esse periodo de tempo eu tenho cantado os louvores de Software Livre, que é desenvolvido ao redor do mundo, sob os olhos de cada nação. Software que (como você sabe) normalmente pode ser baixado livremente na internet, e usando o dinheiro que você iria pagar em taxas de licensa, você pode pagar companhias e programadores locais para alterar o programa para as suas necessidades. Programadores locais que compram comida local, pagam alugueis e impostos locais… e que votam para politicos locais. Tambem tenho destacado que enquanto uma pessoa de negocio em um país como o Vietnã pode achar dificil pagar 400 dolares por hora para programadores dos EUA, o empresario Vietnamita pode encontrar recursos locais que podem atende-lo tão bem por um custo muito menor.

Finalmente, eu tenho censurado o armazenamento de dados Brasileiros, especialmente dados sensíveis, fora das fronteiras nacionais do seu país. Brasileiros que votaram por você, Presidente Rousseff. Se eles não gostam do que você faz, eles podem simplesmente votar em outra pessoa. Brasileiros não podem votar no presidente Obama, ou em John Boehner, o orador da Câmara dos Deputados dos EUA, nem eles podem votar por emendas em nossa Constituição para melhor proteger esses dados.

Quero destacar que embora eu reconheça as vantagens de certos tipos de infraestruturas de “nuvem”, eu tenho sido bem eloquente sobre como as “nuvens” vão tirar o software do controle das pessoas e fazer delas ainda mais dependentes de grandes companhias dos EUA. Mais dependente de que as pessoas já são das companhias de código fechado localizadas nos Estados Unidos.

Você pode não ter estado presente em minhas apresentações, Presidente Rousseff, mas o seu povo esteve, e eu estava sentido que eles não havia levado a sério os meus avisos… até o momento.

Agora eu escuto que você quer desenvolver um método para proteger o Brasil do comportamento intrusivo dos EUA. Eu aplaudo essa iniciativa, e tenho esperança de que outros países façam o mesmo. Talvez o Brasil possa (novamente) ser um modelo de como uma tarefa como essa pode ser feita. Claro que isso não será fácil, já que segurança não é facilmente alcançada. Isso vai exigir muito planejamento e muito trabalho duro.

Eu tenho uma boa notícia para você pois eu tenho trabalhado em um plano por sete anos que:

  • Cria milhões de novos empregos, independentes, locais, empreendedores e de alta tecnologia, treinando pessoas a ajudar com o problema da privacidade e segurança, enquanto se entrega melhor serviços computacionais para os usuários locais;
  • Cria um modelo para criar milhões de “nuvens” locais e clientes dessas nuvens, que fornecem um serviço melhor e de preço reduzido para áreas urbanas com menor custo energético e de refrigeração;
  • cria uma solução para a saturação e contenção da conexão wireless, permitindo enviar centenas de Megabits de dados por segundo para cada dispositivo;
  • Reduz a quantidade de armazenamento de resíduos eletrônico, mantendo o lixo eletrônico fora dos aterros do Brasil;
  • Torna computadores mais faceis de serem utilizados, economizando tempo e dinheiro para usuários finais;
  • Ajuda na balança comercial brasileira ao gastar mais em software e hardware dentro do país ao invez de enviar esse dinheiro para fora;
  • Permite aos brasileiros decidirem onde rodar os seus programas e onde armazenar os dados dinâmicamente, e sob o controle brasileiro.
  • Utiliza computadores projetados e manufaturados pelo Brasil.

Tudo listado acima (e mais) pode ser feito hoje com Software Livre e de Código Aberto, e com o hardware existente, mas muitos dos hardwares são projetados e produzidos na China, o que não ajuda a produção e criação da industria de alta tecnologia brasileira, e deixa em aberto as possibilidades de softwares espiões ao permitir “blobs binários” existirem nos firmwares. Meu plano utiliza universidades e indústria brasileira para criar essas soluções de alta tecnologia, projetadas e manufaturadas dentro do Brazil.

Isso tudo foi projetado para ser financiado pela iniciativa privada, com o governo apenas tendo que legalizar (e taxar apropriadamente) os milhões de novos empreendedores e milhares de companhias necessárias para produzir essa estrutura. No entanto, para se ter esse projeto realizado apenas com a iniciativa privada, significa que ele pode levar uns 20 anos para ser concluido. Com apenas um pequeno incentivo do governo e cooperação de diversas agencias, podemos fazer esse projeto auto-sustentável em três anos, e reduzir sua implementação em dez anos.

O plano é esse que eu venho falado abertamente durante os ultimos três anos. É um projeto aberto chamado “Projeto Cauã”, e temos trabalhado duro para faze-lo avançar. Dizer que temos nos deparado com a falta de cooperação de ambos Governo (Federal, Estadual e Municipal) e Industria brasileira é um eufemismo.

O Projeto Cauã pode ser estendido para fornecer ao Brasil (e a outros países) a soberania necessaria para controlar sua própria Internet e ter seus próprios serviços de “nuvem” sem quebrar com o acesso a rede mundial de computadores que as pessoas tanto gostam hoje em dia.

Eu não estou pedindo para você adotar o Projeto Cauã, no entando eu acredito que o Projeto Cauã poderia oferecer aos brasileiros morando em áreas de grande densidade (cerca de 70% da população) muitos beneficios. Eu penso que sob a luz dessas questões levantadas nessa mensagem, você deveria:

  • ensinar Software/Hardware Livre e Aberto nas universidades federais;
  • criar politicas governamentais para acelerar a adoção de Software/Hardware Livre e Aberto, a níveis ainda mais rapidos
  • acelerar as certificações em administração de sistemas FOSS (Free Open-Source Software), talvez oferecendo incentivos na forma de menores impostos
  • criar ou acelerar a redução taxas para novos prédios que ofereçam infraestrutura de rede de alta velocidade para “nuvens” locais para os brasileiros.

O Brasil tem sido lider em FOSS por muitos anos. Eu tenho chamado seu país de “estrela” de FOSS na America Latina. O Brasil esta realizando alguns dos pontos que eu mencionei acima, mas sob a luz do que aconteceu com a NSA, eu acredito que você possa acelerar ainda mais.

I am currently scheduled to speak about Project Cauã at Latinoware in Foz do Iguassu October 16th and 17th, and again at a conference being held in Brasilia on November 8th. I do not expect you to be there, as you are very busy, but I would like to seriously discuss with members of your staff and other members of the Brazilian government methods of helping Brazil pilot its own IT future, perhaps using part or all of Project Cauã.

It might take ten years, but if you do not start now you will never get there, and I think you would want to have people remember you as the “Progressive President”.

Warmest regards,

Jon “maddog” Hall, President Project Cauã

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